Além da barragem das Três Gargantas na China e da multinacional Itaipu, na fronteira do Brasil com o Paraguai, está por vim o terceiro maior reservatório de água para obtenção de energia elétrica do mundo: a barragem do Belo Monte, cujo propósito é desviar o fluxo do Rio Xingu ao longo de 100 Km. O projeto prever utilizar 17 bilhões de dólares.
As conseqüências da construção dessa represa não são nada animadoras uma área de 400 Km2 de florestas e povoados locais será inundada, afetando os indígenas e sua cultura, estima- se que mais de 40.000 nativos ficarão desalojados. Além disso já é confirmado que a represa gerará altas quantidades de metano, altamente nocivo ao meio-ambiente.
Como forma de contestar este plano, na tarde de 13 de janeiro, representantes da COIAB (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira) e da Amazon Watch, colocaram um enorme banner em frente ao pavilhão brasileiro Cancun Messe, que dizia: “Defenda a Amazônia. Pare a Barragem de Belo Monte!”
A vice coordenadora da COIAB, Sônia Guajajara, se expressou dizendo:
“Estamos preocupados com o modelo de desenvolvimento adotado pelo Brasil, que tem impacto direto sobre a população indígena. As barragens propostas destruirão a Amazônia e deslocarão comunidades de seus territórios tradicionais, o que leva à destruição de suas culturas, tradições e estilo de vida. Não queremos grandes barragens hidrelétricas. Queremos um processo público adequado à população indígena. O governo não cumpriu os acordos internacionais, não nos consultou nem recebeu nosso consentimento livre, informado e prévio (CLIP). O presidente Lula não deve inaugurar o Complexo da Barragem de Belo Monte na semana que vem sem o CLIP das comunidades indígenas ou sem cumprir as 40 condições sociais e ambientais recomendadas pelo IBAMA.”
O Brasil está expandindo gradualmente, onde é visível uma estrutura para a exploração de energias renováveis, como solar e eólica, no entanto esta previsão se torna impossível de ser concretizada visto que, já foi declarado em várias apresentações em Cancun a construção de mais de 60 barragens apenas na Amazônia brasileira, financiada pelo BNDES.
Estudos revelam que é mais viável investir em energias renováveis do que em barragens, pois esta pode fornecer 20% da eletricidade do país até 2020, além de empregar milhares de brasileiros.
“Existem soluções de Energia Verde para o Brasil e para outros países, mas é preciso ter forte vontade política para reverter de fato o curso da destruição causada pelas imundas mega-barragens da Amazônia. Será necessário mais do que a redução de 80% da taxa de desmatamento até 2020 para verdadeiramente defender a Amazônia brasileira e reduzir de fato as emissões. A presidente Dilma Rousseff pode iniciar seu governo no dia 1º de janeiro de 2011 cancelando o Complexo da Barragem de Belo Monte e começando a adotar um novo modelo para energia e desenvolvimento que não destrua a Amazônia, as comunidades indígenas e locais nem o clima”, declarou a diretora de programa da Amazon Watch, Leila Salazar-Lopez.